Áustria: Dalai Lama defende diálogo com China sobre Tibete

Dalai Lama se reune com o chanceler da Austria Werner Faymann na praca de Stephansplatz em Viena
O Dalai Lama, líder espiritual budista e do povo tibetano, reafirmou nesta sexta-feira sua vontade em alcançar uma solução para o Tibete em diálogo com as autoridades chinesas, apesar de reconhecer que desde janeiro de 2010 Pequim rejeita reiniciar conversas sobre o assunto. Em entrevista coletiva em Viena, o décimo quarto Dalai Lama, Tenzin Gyatso, se mostrou otimista sobre o futuro do Tibete, pois, de acordo com ele a "força da verdade" triunfa em longo prazo.

O Tibete defende a autonomia dentro da Constituição da China, sem violação da soberania ou da integridade territorial do gigante asiático. Para alcançar esse objetivo o primeiro-ministro do governo tibetano no exílio, Lobsang Sangay, destacou o desejo de uma solução negociada. "A ocupação do Tibete é inaceitável, o Governo chinês não dá nenhum espaço ao protesto", disse Sangay ao lembrar que desde o início dos protestos em 2008, reprimidos violentamente pelas autoridades chinesas, 35 tibetanos atearam fogo ao próprio corpo, dos quais 27 faleceram. Para Sangay, essas manifestações mostram a gravidade da situação no Tibete e ressaltou: "desde janeiro de 2010 as autoridades chinesas não aceitaram nenhum dos enviados do Dalai Lama".

O Dalai Lama, prêmio Nobel da Paz de 1989, disse que a defesa do pacifismo e da cultura budista sairá vitoriosa, pois até na China é cada vez mais freqüente o interesse dos jovens pelo budismo tibetano. Sobre o suposto apoio dos serviços de inteligência americanos à resistência tibetana, o Dalai Lama garantiu que desde a normalização das relações diplomáticas entre Washington e Pequim no início dos anos 70, não houve nenhum tipo de apoio.

Por outro lado, o líder solicitou aos jornalistas que combatam a corrupção e outros "erros", sobretudo "a hipocrisia, que parece ter se transformado em uma tendência". Para o Dalai Lama, atrás das crises atuais há uma falta de educação dos valores internos que impedem que uma pessoa ceda à corrupção ou na hipocrisia.

 
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