Dalai Lama deixaria função de chefe do governo tibetano no exílio

Dalai Lama, de 75 anos, tem a intenção de deixar no próximo ano sua função de chefe do Governo tibetano no exílio para aliviar sua carga de trabalho e reduzir seu papel oficial, declarou nesta terça-feira à AFP seu porta-voz, Tenzin Taklhan.

Em 2001, os tibetanos exilados, instalados desde 1960 na cidade indiana de Dharamsala (norte), elegeram pela primeira vez e de maneira direta um líder político.

"Desde então, Sua Santidade sempre disse que tinha um estatuto de semi-aposentado", lembrou Tenzin Taklhan.

"Há alguns meses, Sua Santidade prevê dirigir-se ao Parlamento tibetano no exílio para discutir sua eventual aposentadoria", acrescentou o porta-voz.

No entanto, Tenzin Taklhan destacou que esta "aposentadoria" se aplicaria as suas responsabilidades oficiais enquanto chefe de Governo, que consistem essencialmente em assinar resoluções, e não em seu papel de líder espiritual dos tibetanos.

"Isto não significa que não permanecerá na vanguarda da luta política. É o Dalai Lama, portanto liderará sempre o povo tibetano", insistiu.

O ganhador do prêmio Nobel da Paz é considerado a reencarnação do primeiro Dalai Lama, nascido em 1391.

Aos olhos do mundo inteiro, o Dalai Lama representa a luta dos tibetanos contra a administração chinesa no Tibete e os valores budistas.

Também é uma das figuras que representa o combate pela defesa dos direitos humanos.

A hipótese de sua morte provoca temor no Tibete, já que poderia provocar um enfraquecimento da coesão do movimento tibetano, que luta pela independência ou autonomia desta região budista controlada por Pequim.

Segundo o porta-voz, o Dalai Lama deve evocar sua aposentadoria na próxima sessão do Parlamento, em março, com a perspectiva de deixar sua função de chefe de Governo dentro dos seis meses seguintes.

"Isto dependerá das discussões no Parlamento e de suas posições a respeito. Nada é certo, mas é algo que se evoca", informou.

 
FREE TIBET WORLD © 1990|2016 Todos os direitos reservados CAS.