Dalai lama celebra 75 anos

Milhares de tibetanos celebraram hoje os 75 anos do dalai-lama, exilado na Índia e figura simbólica da luta contra a política da China do Tibete.

A idade e os problemas de saúde do líder espiritual tibetano colocam no entanto algumas questões sobre a sua sucessão. Em 2009, foi obrigado a uma breve hospitalização.

Hoje, o líder do budismo tibetano dirigiu-se a cerca de cinco mil fiéis no templo de McLeod Ganj, perto da aldeia de Dharamsala, nos Himalaias.

"Quando olho para estas fotos, vejo o caminho percorrido e tenho a certeza de que não foi em vão", afirmou ao olhar para fotografias suas em diferentes épocas.

Num breve discurso, o dalai-lama lamentou que os tibetanos não tenham sido autorizados no Tibete a celebrar o seu aniversário devido à opressão chinesa e disse também que a aprendizagem do budismo o ensinou a encontrar a felicidade mesmo na adversidade.

Questionado em Pequim pelos jornalistas sobre o aniversário, Qin Gang, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, respondeu: "Só há duas datas que recordo, a primeira é 28 de março de 1951, dia da libertação pacífica do Tibete, a segunda é 23 de maio de 1959, o dia em que o Tibete aplicou as reformas democráticas e um milhão de servos tibetanos foram libertados".

O dalai-lama fugiu do Tibete em 1959 na sequência de um levantamento anti-chinês e é considerado por Pequim um perigoso separatista.

Galardoado com o Nobel da Paz em 1989 e apologista da não violência, o dalai-lama defende uma estratégia conciliatória em relação à China e preconiza para o território tibetano uma "autonomia cultural".

Defende essa autonomia e o respeito pelos direitos humanos nas visitas que faz a vários países, sendo recebido por muitos dirigentes mundiais, o que causa a ira de Pequim.

 
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