
O líder espiritual exilado do Tibete, que recebeu milhares de tibetanos no principal templo budista de Dharamsala, no norte da Índia, no início do que seriam duas semanas de celebração do Losar, afirmou que o gesto é para honrar todos os que estão no Tibete. "Temos escutado alguns comentários no Tibete de que eles não vão comemorar o Losar. Devemos respeitar e acatar esse pedido", afirmou o Dalai Lama, em tibetano.
Os tibetanos que vivem no exílio têm muitas liberdades que os que vivem no Tibete não possuem, afirmou o Dalai Lama, depois de executar rituais de oração. Este é o segundo ano consecutivo em que os tibetanos em Dharamsala, sede do Dalai Lama, não comemorarão o Losar, que normalmente é marcado com danças e canções tradicionais.
No ano passado, tibetanos no exílio cancelaram as comemorações do Ano Novo depois da violenta repressão promovida por Pequim aos protestos tibetanos de março de 2008.
Apesar do Dalai Lama ter evitado qualquer comentário político sobre a China ou sobre sua viagem a Washington, centenas de tibetanos assinaram cartões postais de "Eu Amo o Tibete", desejando a Obama "Tashi Delek", a saudação tradicional de Ano Novo. Eles expressaram também esperança de que a reunião poderá resultar em ação concreta.
A China pediu na sexta-feira para os Estados Unidos cancelerem os planos para a longamente planejada reunião de 18 de fevereiro entre Obama e o Dalai Lama, na mais recente fonte de fricção nas relações bilaterais que já andam tensas por questões comerciais, de câmbio e venda de armas norte-americanas a Taiwan.
O Dalai Lama tem por objetivo um grau elevado de genuína autonomia para o Tibete, de onde ele fugiu em 1959. Pequim considera o Dalai Lama como um perigoso separatista responsável por fomentar revoltas no Tibete. Os Estados Unidos afirmam que aceitam o Tibete como parte da China, mas querem que Pequim resolva com o Dalai Lama as diferenças de posições sobre o futuro da região.