Em entrevista concedida ao canal "NDTV", que será transmitida amanhã e da qual a rede antecipou hoje alguns trechos, o dalai lama disse não estar decepcionado por não ter se reunido pessoalmente com o presidente dos Estados Unidos.
Perguntado sobre se a postura de Obama a respeito da China não tem contundência suficiente, o dalai lama rejeitou essa afirmação e disse não estar preocupado com a relação entre os EUA e o gigante asiático.
"Ele tem um estilo diferente. Mas, como presidente da América, é um defensor da democracia e da liberdade", disse o líder tibetano, acrescentando que Obama "às vezes é mais duro, às vezes é mais brando".
Obama concluiu esta semana uma visita oficial à China na qual se reuniu com as autoridades daquele país e buscou estabelecer uma relação estratégica com Pequim.
Ao contrário de seu antecessor George W. Bush, que sempre reivindicou com contundência à China o respeito aos direitos humanos, Obama optou por uma atitude mais discreta.
O dalai lama disse que não quer que haja uma escalada de tensão nas relações entre a China e a Índia, e se mostrou favorável ao desenvolvimento econômico chinês, já que acredita que levará a um aumento da "autoconfiança", que pode levar a mudanças e abertura no sistema político.
Ontem, o dalai lama deu uma conferência na Universidade de Nova Délhi, da qual é professor honorário, na qual afirmou que este é o momento mais adequado para conhecer a história do Tibete.
"Muitas vezes, a verdade foi distorcida. Já que muita gente está interessada no Tibete, é necessário que toda a informação sobre a história tibetana seja compilada e que a verdade chegue a todo o mundo", disse o líder, diante de cerca de 500 estudantes na capital indiana.