
O líder espiritual tibetano, Dalai Lama, ressaltou hoje, em discurso proferido na Líder espiritual do Tibete, Dalai Lama foi presenteado nesta quarta-feira com um cachecol do Barcelona durante o Congreso Mundial de Parlamentares pelo Tibete, realizado em Roma. O senador Josep Maldonado foi o responsável pelo presente.
Dalai Lama discursou na Câmara dos Deputados da Itália, que o país "tem um território católico e é muito importante manter esta tradição". Dalai Lama participa no Legislativo italiano do 5º Congresso Mundial Parlamentar sobre o Tibet. O encontro parlamentar tem o objetivo de reforçar o apoio internacional aos esforços levados adiantes pelo líder espiritual, Prêmio Nobel da Paz em 1989.
Durante o encontro, ele expressou sua opinião sobre o catolicismo na Itália quando foi questionado sobre a determinação da Corte Europeia de Direitos Humanos de punir Estado italiano por ter se recusado a tirar crucifixos e objetos religiosos da fé cristã das salas de aula das escolas do país. "Quando visito os países estrangeiros, ressalto sempre o quanto é importante para cada um deles manter as próprias tradições", ressaltou o líder tibetano, que também falou da necessidade de se alcançar a unidade de intenções de todas as religiões.
Por isso, Dalai Lama reforçou ainda sua disponibilidade em se encontrar com o papa Bento XVI. Nesta tarde, ele se reunirá com o presidente da Câmara dos Deputados, Gianfranco Fini. O líder tibetano chegou a Bolzano, na Itália, na última segunda-feira para sua segunda visita ao país em nove meses. Em fevereiro, Dalai Lama já havia ido a Roma para receber a cidadania honorária da capital.
O Dalai Lama pediu, que a China agisse para evitar o derretimento das geleiras do Tibete, dizendo que a crise ambiental é mais urgente do que uma solução política sobre o futuro do Tibete. Durante uma cúpula sobre a fome mundial da Organização das Nações Unidas (ONU) em Roma, na Itália, o líder budista exilado advertiu que os rios alimentados pelas geleiras do Tibete e as montanhas cobertas de neve poderiam desaparecer entre 15 e 20 anos. Ele pediu que a China estudasse o problema junto a especialistas tibetanos.
"Uma solução política (para o Tibete) pode levar tempo, mas tudo bem, podemos esperar", disse o Dalai a jornalistas.
"Mas danos à ecologia, ano a ano, continuam acontecendo, então realmente precisamos de estudos sérios e precisamos ter um plano de proteção ambiental. Isso é muito, muito importante".
O platô Qinghai-Tibete é a fonte de muitos rios da Ásia, incluindo o Yang-tsé e o Mekong.
Depois da reunião Dalai Lama participou de uma coletiva de imprensa e após falar aos jornalistas, foi presenteado com um cachecol da equipe de futebol espanhola Barcelona.
Exílio
O líder espiritual tibetano de 74 anos e ganhador do Prêmio Nobel da Paz está há 50 anos na Índia, onde lidera um governo em exílio. Sua busca para expandir a ética pelo mundo foi interrompida por uma séria de doenças, incluindo duas crises de exaustão. A idade avançada de Dalai Lama levanta preocupações sobre quem irá governar o exílio tibetano e lutar pela causa da liberdade após sua morte.
A convenção em Roma também teve a presença de Richard Gere, que é budista e ativista no movimento pela libertação do Tibete. Pequim considera Dalai Lama um separatista, dizendo que ele realmente quer uma nação tibetana. Por anos, diálogos entre enviados da China e de Dalai Lama terminaram em um impasse não resolvido.