Suu Kyi começa a cumprir pena na capital birmanesa

Suu Kyi começa a cumprir pena na capital birmanesa

Alta-comissária da ONU para Direitos do Homem e líder espiritual tibetano deploram detenção da líder da oposição e Nobel da Paz.

Os advogados de Aung San Suu Kyi, assim como os do americano John Yettaw, condenados pelo regime birmanês, anunciaram que vão recorrer da sentença que os dois começaram ontem a cumprir, ao mesmo tempo que, no plano internacional, a junta dirigida pelo general Than Shwe continuava a ser alvo de uma barragem de críticas.

Neste último ponto, uma raras divergências era veiculada pelo Governo de Pequim, um dos principais aliados do regime militar, que apelava a comunidade internacional a "respeitar integralmente a soberania da junta birmanesa". Em conjunto com a Índia e a Rússia, a China mantém uma forte presença económica na Birmânia - sendo um dos seus principais parceiros - a que não é indiferente a posição geoestratégica deste país, entre a Ásia oriental e o subcontinente indiano, na área em que confluem os oceanos Índico e Pacífico.

Aquela clivagem foi também visível na ausência de resultados na reunião do Conselho de Segurança da ONU, em que estava em discussão um projecto de resolução condenado o regime birmanês. Fontes diplomáticas, citadas pelas agências, indicavam que foram a China e Rússia a levantarem maior número de objecções ao conteúdo do documento, em paralelo com o Vietname, Estado que integra a Associação de Países do Sudeste Asiático, de que a Birmânia é membro e de que vários outros membros não hesitaram em criticar o julgamento de Rangum.

Julgamento comentado ontem pela alta comissária da ONU para os direitos do Homem, Navathenem Pillay, que lamentou a "detenção arbitrária e as acusações" feitas à Nobel da Paz, em 1991. Em idêntico sentido se pronunciou o líder espiritual tibetano, Dalai Lama, considerando necessária a libertação de Suu Kyi como movimento necessário "à reconciliação" na Birmânia.

Suu Kyi foi condenada a 18 meses de detenção domiciliária, o que a impede de participar nas legislativas de 2010, enquanto John Yettaw recebeu uma pena de sete anos de prisão e quatro de trabalhos forçados.

 
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