Dalai-lama recebe domingo título de «cidadão de honra» de Paris

O chefe espiritual dos tibetanos, no exílio, realiza sábado e domingo uma visita diplomaticamente muito sensível a França e durante a qual receberá o título de «cidadão de honra» de Paris, apesar da oposição de Pequim. A cerimónia decorrerá domingo à tarde na presença do presidente da câmara de Paris, Bertrand Delanoe, já acusado por Pequim de «interferência nos assuntos internos chineses».

Nenhum encontro oficial está programado e «nenhuma outra personalidade se manifestou até agora» no sentido de se encontrar com o dalai-lama, indicou o secretário-geral do gabinete do Tibete em Paris Wangpo Bashi. As relações franco-chinesas acabam de se recompor após quatro meses de «zanga» na sequência de um encontro em Dezembro entre o Presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o dalai-lama.

No início de Abril, a França e a China puseram oficialmente fim às tensões. Sarkozy negou a existência de um acordo secreto com Pequim, segundo o qual o Presidente francês teria renunciado a encontr ar-se com o dalai-lama em troca do reinício de um diálogo de alto nível com Pequim. Com esta visita de dois dias, o dalai-lama e prémio Nobel da paz, que a China acusa de separatismo, conclui uma viagem europeia que o levou à Dinamarca, Islândia e Holanda.

A China, que criticou o encontro apresentado como «privado» entre o dalai-lama e o primeiro-ministro dinamarquês, Lars Loekke Rasmussen, ameaçou novamente esta semana os países que recebem o líder tibetano de uma «grave deterioração» das relações bilaterais com Pequim. De acordo com o programa, o chefe tibetano no exílio deve reunir-se com os membros da comunidade tibetana em França e domingo dará uma conferência, em Paris, subordinada ao tema «Ética e sociedade».

Símbolo para os opositores do regime chinês que denunciam os atentados contra os direitos humanos no país, o 14.º dalai-lama, de 73 anos, vive no exílio na Índia desde que fugiu do Tibete após uma revolta fracassada anti-chinesa em Lassa em 1959.

 
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