
Desta vez, o dalai lama deu um banho de multidões em uma conferência que pronunciou em um ginásio, e que foi acompanhada por quase 10 mil pessoas, onde não perdeu a chance de atacar o regime chinês."As relações com o Governo chinês são difíceis. Sua atitude é complexa, quando não brutal", disse, ao término de sua conferência.
O monge budista fez uma chamada à comunidade internacional para que interfira a favor do Tibete.Pediu aos presentes que viajem à região para que comprovem com seus próprios olhos o sofrimento de seu povo, e convidou Pequim a abrir as portas do Tibete se realmente não há nenhum problema, como sustenta o Governo chinês.
O dalai lama disse que a luta do povo tibetano continuará até que a China retifique sua política."Quanto mais severa for a repressão, maior é a determinação dos tibetanos", disse.
O líder tibetano manteve ao longo de seus dois dias em Paris reuniões com a comunidade chinesa residente na capital.Paris foi a última escala da viagem do dalai lama à Europa, que o levou a Dinamarca, Islândia e Holanda.Em suas anteriores passagens pela França, o dalai lama também encontrou a frieza das autoridades, diante da pressão chinesa. Em outubro de 1996, o então presidente Jacques Chirac encomendou a seu ministro da Justiça que recebesse o dalai lama em particular.
Em agosto do ano passado, enquanto na China estavam sendo disputados os Jogos Olímpicos, o dalai lama visitou um templo budista francês e se reuniu com a primeira-dama Carla Bruni e, em particular, com o ministro de Exteriores, Bernard Kouchner.Esses encontros geraram críticas de Pequim, que se intensificou em março de 2008, quando a Prefeitura de Paris decidiu nomeá-lo cidadão de honra da cidade.