Budismo proporciona bem-estar e auto-conhecimento aos seus adeptos

Filosofia prega valores como ética e desapego e mostra que até as tarefas do cotidiano como lavar pratos também são importantes para a evolução espiritual, a ser perseguida aqui e agora. O conceito de impermanência, comum a todas as linhas do budismo, é aprofundado pelo lama Gangchen Rimpoche, um dos grandes mestres vivos da tradição tibetana:
"Confundimos impermanência com a ideia de que algo existente hoje um dia vai deixar de existir. Mas não é disso que se trata. Impermanente é aquilo que se transforma a cada instante. A mente, por exemplo, continua existindo, mas está em constante transformação. Se tivermos a compreensão correta, não sofreremos tanto diante das mudanças, aceitando a realidade tal como ela é: o resultado de uma transformação natural e contínua". Engajado na construção de um mundo pacífico, o lama Gangchen conheceu o Brasil em 1987, trazido por Bel César, psicoterapeuta, fundadora e, durante 16 anos, presidente do Centro de Dharma da Paz Shi De Choe Tsog, em São Paulo. Desde então, visita sempre o país, onde tem muitos admiradores. Para o advogado Guilherme Cunha, 64 anos, meditar é um modo de encontrar bem-estar e de aproximar corpo e mente. Funcionário aposentado da Comissão de Direitos Humanos da ONU, Guilherme entrou em contato com o drama dos refugiados tibetanos e teve a chance de conversar pessoalmente com o dalai-lama quando este esteve no Brasil na década de 1990. Porém, seu interesse pelo budismo só foi despertado aos poucos. "Sempre fui materialista", confessa. "Primeiro busquei entender o budismo por meio de leituras. Depois, com aulas de ioga, cheguei à meditação" PilaresEla é considerada uma das mais importantes práticas budistas. Há várias formas de meditação e, para que sejam praticadas corretamente, é necessária a orientação de um instrutor qualificado. Para aqueles que têm dificuldade de se concentrar, a monja Yvonette sugere outras atividades, como a ioga, o tai chi chuan, cantar em um coral ou até ser voluntário em um hospital: "O importante é agradecer por estar vivo, estudar e trabalhar em benefício do próximo". Tal flexibilidade, aliás, é uma das marcas do budismo. Os ensinamentos podem e devem ser questionados de acordo com a experiência de cada um. Foi essa liberdade que encantou Guilherme: "Lanço mão do budismo quando preciso dele. Meu compromisso é com o conhecimento. Não sinto a exigência de uma adesão religiosa".

 
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