Reunião com Sarkozy é «sinal muito forte para os tibetanos»

«É a primeira vez que um presidente da França recebe publicamente o Dalai Lama», afirmou um dos seus representantes, Wangpo Bashi, em declarações à cadeia de rádio France Info.A reunião, prevista para as 15h30 em Varsóvia, «será um sinal muito forte para os tibetanos, para nossos compatriotas que lutam (...) desde há muito tempo», sublinhou Bashi.Sarkozy e o Dalai Lama assistem, em Varsóvia, o 25º aniversário da premiação de Lech Walesa com o Nobel da Paz. O representante do Dalai Lama adiantou que seu líder insistirá, em sua reunião com Sarkozy, na questão dos Direitos Humanos e sobre tudo o que se refira ao Tibet, onde a situação começa a parecer com uma lei marcial imposta pelas autoridades chinesas.
A decisão de Sarkozy em reunir-se com o Dalai Lama já provocou uma reacção imediata de Pequim, que suspendeu a sua reunião com a União Europeia - da qual a França tem actualmente a presidência - que deveria ter acontecido a 01 de Dezembro, em Lyon. O Dalai Lama felicitou o presidente francês, Nicolas Sarkozy, por manter os seus princípios e o ter recebido no sábado na Polónia. O líder espiritual tibetano pediu ainda aos governos mundiais atenção para com as mudanças climáticas. O Dalai Lama felicitou, este domingo, o presidente francês, que o recebeu no sábado, na Polónia, pela fidelidade aos princípios que manifesta, apesar da pressão exercida por Pequim. O chefe espiritual dos tibetanos revelou que Nicolas Sarkozy «manifestou a sua preocupação pelo Tibete» e lembrou que «as relações amigáveis com a China são muito, muito importantes, mas isso não significa que se esqueçam princípios». Na entrevista que concedeu ao Free Tibet, o Dalai Lama defendeu que a China não deve ser isolada e disse mesmo que este país «deve ter o seu lugar no seio da comunidade internacional».
«No domínio da economia, os chineses devem mesmo juntar-se à comunidade internacional e o mundo livre tem a responsabilidade moral de conduzir a China para a corrente principal da democracia», acrescentou. Em Cracóvia, o religioso tibetano defendeu ainda que os governantes devem responder às mudanças climáticas mesmo que seja com «pequenos sacrifícios para as economias», devendo também colocar em prática a «protecção apropriada». O Dalai Lama disse mesmo que este aquecimento global é superior à média mundial na região do Tibete, uma situação que preocupa o líder tibetano, até porque esta situação pode acarretar o fim de alguns rios asiáticos dos quais muitas pessoas dependem. Sobre a crise financeira, o Dalai Lama assinalou que esta está a afectar bastante a China e a Índia e que os indianos poderão sair mais facilmente desta situação, uma vez que é um país democrático. «Mas para uma sociedade totalitária e fechada, é uma experiência nova. Não sei como ela vai reagir. Veremos», concluiu o líder espiritual dos tibetanos.

 
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