
A decisão de Sarkozy em reunir-se com o Dalai Lama já provocou uma reacção imediata de Pequim, que suspendeu a sua reunião com a União Europeia - da qual a França tem actualmente a presidência - que deveria ter acontecido a 01 de Dezembro, em Lyon. O Dalai Lama felicitou o presidente francês, Nicolas Sarkozy, por manter os seus princípios e o ter recebido no sábado na Polónia. O líder espiritual tibetano pediu ainda aos governos mundiais atenção para com as mudanças climáticas. O Dalai Lama felicitou, este domingo, o presidente francês, que o recebeu no sábado, na Polónia, pela fidelidade aos princípios que manifesta, apesar da pressão exercida por Pequim. O chefe espiritual dos tibetanos revelou que Nicolas Sarkozy «manifestou a sua preocupação pelo Tibete» e lembrou que «as relações amigáveis com a China são muito, muito importantes, mas isso não significa que se esqueçam princípios». Na entrevista que concedeu ao Free Tibet, o Dalai Lama defendeu que a China não deve ser isolada e disse mesmo que este país «deve ter o seu lugar no seio da comunidade internacional».
«No domínio da economia, os chineses devem mesmo juntar-se à comunidade internacional e o mundo livre tem a responsabilidade moral de conduzir a China para a corrente principal da democracia», acrescentou. Em Cracóvia, o religioso tibetano defendeu ainda que os governantes devem responder às mudanças climáticas mesmo que seja com «pequenos sacrifícios para as economias», devendo também colocar em prática a «protecção apropriada». O Dalai Lama disse mesmo que este aquecimento global é superior à média mundial na região do Tibete, uma situação que preocupa o líder tibetano, até porque esta situação pode acarretar o fim de alguns rios asiáticos dos quais muitas pessoas dependem. Sobre a crise financeira, o Dalai Lama assinalou que esta está a afectar bastante a China e a Índia e que os indianos poderão sair mais facilmente desta situação, uma vez que é um país democrático. «Mas para uma sociedade totalitária e fechada, é uma experiência nova. Não sei como ela vai reagir. Veremos», concluiu o líder espiritual dos tibetanos.