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Após deixar Buenos Aires, o líder espiritual irá ao Brasil| Foto: EFE |
O dalai lama Tenzin Gyatso, líder espiritual tibetano, iniciou nesta terça-feira uma visita a Buenos Aires marcada pelas pressões da China que impediram sua condecoração pelo governo argentino e pela prefeitura da cidade.
A chegada do dalai lama, exilado na Índia após uma fracassada insurreição tibetana contra a China, acontece dois dias depois da viagem do chanceler argentino, Héctor Timerman, a Pequim, à frente de uma missão comercial para estreitar laços políticos e promover o investimento do gigante asiático no país.
No primeiro dia de sua estadia em Buenos Aires, o Nobel da Paz disse se sentir "muito feliz" por ter delegado suas funções políticas a Lobsang Sangay, um jurista educado em Harvard que em agosto assumiu o governo tibetano no exílio.
"Em 1959, me refugiei na Índia e vi a possibilidade de ter um governo tibetano para os exilados. Em 2001, vi que estávamos em condições de realizar votações e me considerei semiaposentado. Agora vi que era o momento de delegar minhas funções políticas.
É o povo tibetano que tem que seguir essa luta", relatou o dalai lama em entrevista coletiva. O líder espiritual, que estava acompanhado pelo Nobel da Paz argentino Adolfo Pérez Esquivel, fez um apelo à unidade das religiões e das "diferenças filosóficas".
"Todas as religiões têm uma mesma mensagem de amor, de autodisciplina. Meu compromisso é conseguir a harmonia entre religiões. É muito triste vê-las divididas", afirmou.