O Dalai Lama chegou a Washington nesta terça-feira para participar de vários eventos de oração espiritual, em sua primeira visita após a polêmica viagem de 2010, quando seu encontro com o presidente Barack Obama causou tensões políticas com a China.
Dessa vez, o Dalai Lama viaja apenas na condição de líder espiritual do Tibete, já que, em fevereiro passado, transferiu sua "autoridade formal" política aos dirigentes tibetanos eleitos no exílio.
Em sua agenda, ele pretende participar da realização do Kalachakra budista, em uma grande jornada de oração que começa nesta quarta-feira e se prolonga por dias, com participação estimada de 100 mil pessoas.
Além do Dalai Lama, os organizadores anunciaram que a oração também terá a presença de Martin King, filho de Martin Luther King Jr., e Arun Gandhi, neto de Mahatma Gandhi.
O Prêmio Nobel da Paz de 1989 também terá um encontro ao ar livre com o público, intitulado "Uma conversa pela paz mundial", em uma das esplanadas próximas ao Capitólio, em Washington DC, e celebrará seu 76º aniversário.
Posteriormente, no dia 16, irá a Chicago onde também participará de diversas conversas culturais e religiosas, e concluirá sua visita aos EUA no dia 18.
Por enquanto, o Governo dos EUA não confirmou se sua agenda incluirá encontros com funcionários públicos.
A reunião de fevereiro de 2010 entre Obama e o Dalai Lama provocou a veemente reação de Pequim, que pediu aos EUA a adoção de medidas concretas em prol do saudável desenvolvimento das relações bilaterais, após ter "violado gravemente" os princípios que regem as relações internacionais.
A China considera o Dalai Lama, que fugiu do Tibete em 1959 após um levante contra as autoridades de Pequim nessa região, como "um líder separatista", mas ele diz que busca apenas mais autonomia à região.