Parlamento tibetano no exílio aceita retirada política do Dalai Lama

O Parlamento tibetano no exílio em Dharamsala (norte) aceitou nesta sexta-feira o afastamento político do Dalai Lama mediante uma votação por unanimidade de várias resoluções que visam a modificar a estrutura do movimento, anunciou à AFP um membro do parlamento.

"Esta é uma decisão difícil de tomar para fazer uma emenda à Constituição e afastar Sua Santidade da política tibetana, mas faremos isso pelo bem dos tibetanos em longo prazo", declarou Karma Yeshi.

Aos 75 anos, o Dalai Lama rejeitou os pedidos do Parlamento tibetano para que reconsiderasse a decisão de abandonar as funções políticas dentro do movimento tibetano.

Ao ser questionado na semana passada sobre uma possível mudança de ideia, o Prêmio Nobel da Paz declarou à AFP: "Não. Eu pensei por muitos anos (...), minha decisão em longo prazo é a melhor".

O líder espiritual dos tibetanos anunciou que renunciava a seu papel político para deixar o posto a um novo dirigente "livremente eleito", uma decisão que o governo da China classificou de "ardil" para enganar a comunidade internacional.

"Meu desejo de transmitir a autoridade não tem nada a ver com uma vontade de renunciar às responsabilidades", declarou o Dalai Lama durante um discurso em Dharamsala, norte da Índia, onde vive exilado. "É pelo bem em longo prazo dos tibetanos. Não porque me sinta desanimado", completou.

Sem nenhuma responsabilidade política, o Dalai Lama terá mais tempo para dar conferências e viajar por diversos lugares do mundo, como afirmou.

 
FREE TIBET WORLD © 1990|2016 Todos os direitos reservados CAS.